segunda-feira, 8 de novembro de 2010

No Expresso deste fim de semana, um qualquer jovem techno-geek dizia qualquer coisa como "quem não está no Facebook não existe", ou algo assim. Esta dicotomia é curiosa, e muitos hão-de arengar sobre ela. Quanto ao techno-geek, esse, apenas me dá pena, coitado. Sofre de cegueira selectiva, uma doença nem sempre tratável, sobretudo quando o paciente não se quer tratar.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

João Lóio

Num tempo de imbecilidade avulsas em MySpaces , Youtubes e que tais, ouvir João Lóio devia fazer parte do programa da escola primária.

Não dou links. Procurem-no, se acham que o merecem.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ok, já tirei aquele mono preto ali do lado. Agora tenho de procurar uma fonte de som decente.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sei que tenho andado muito calado. A verdade é que não me apetece escrever. Nada do que vejo ou ouço parece justificar o trabalho. Ainda ontem via na televisão uns políticos com ar muito emocionado a darem abraços uns aos outros e tudo aquilo me parecia uma confrangedora encenação, um circo pobre e decadente de um bando de desgraçados a tentarem dar a ideia de que o que fazem importa.
Percebi entretanto que a música aqui ao lado terá crashado. A ver se cuido disto um dia destes. A hora, agora, é de trabalho.

terça-feira, 29 de junho de 2010

"If you think research is expensive, try disease."

Mary Lasker (1900-1994)
Com o meu agradecimento ao PG pela referência.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Vou mudar de opinião sobre o futebol, nomeadamente sobre os jogos da selecção nacional. Devia haver mais. Deviam, sobretudo, decorrer quando preciso me deslocar de automóvel, em Lisboa. Por exemplo, às sextas feiras. Parecia domingo à tarde. Daqueles domingos paradinhos. Circulei como há muito não circulava. Que beleza...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Da música

Nova jukebox.
Nunca uma jukebox poderá transmitir mais que uma pálida ideia da música. Mas é preferível essa pálida ideia ao silêncio.

domingo, 20 de junho de 2010

Saramago e bola

O país continua igual a si próprio. Homenageia o escritor, não porque o tenha lido mas porque ganhou um prémio importante que fica bem ao país por arrasto. Mas quem o ganhou foi ele, convém lembrar. Intervalo na bola, assim, para a cremação. Amanhã há mais bola e mais vuvuzelas e Saramago vai para a prateleira das glórias.

Venha o senhor que se segue. Provavelmente uma mistura de Mia Couto e de Cristiano Ronaldo. Ou de Agualusa e Deco. Ou de Pepetela e José Mourinho. Desde que falem português, a Pátria está salva. Mesmo que bata no fundo.

Café





Comprei a máquina acima. Motivos:
  • É mais barata que a Nespresso.
  • O café é bom.
  • O café está à venda em múltiplos locais, ao contrário da Nespresso, apostada na parolice dos locais "exclusivos" tipo loja na Baixa e excelente para novos-ricos embasbacados.
  • É um produto português - não se fala de combater a crise cá dentro? - produzido por uma empresa portuguesa.
O resto é marketing.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O empate de Portugal frente à Costa do Marfim abre excelentes perspectivas à eliminação de Portugal do mundial de jogo da bola. Poderemos assim voltar à vida normal, sem o barulho infernal das vuvuzelas a atazanar-nos os ouvidos.
Patriotismo, hoje, é trabalhar em prol do país. O resto são actividades para crianças, das pouco dotadas.

terça-feira, 18 de maio de 2010

"Nada mais degradante do que ver a Sociedade de Cardiologia a vender margarinas e óleo de soja no país do azeite. Na Irlanda o Estado faz publicidade institucional para estimular o consumo de azeite."
(de uma lista portuguesa de discussão em saúde)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

A gerência comunica que o som deste blogue está em obras.
Saudações.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Homeopatia - placebo, obscurantismo e iliteracia científica

O Science & Technology Committee do Parlamento britânico publicou ontem uma recomendação demolidora sobre a homeopatia no Reino Unido. Da nota de imprensa:

In a report published today, the Science and Technology Committee concludes that the NHS should cease funding homeopathy. It also concludes that the Medicines and Healthcare products Regulatory Agency (MHRA) should not allow homeopathic product labels to make medical claims without evidence of efficacy. As they are not medicines, homeopathic products should no longer be licensed by the MHRA.

Nota de imprensa e recomendação podem ser lidas a partir daqui. À melhor atenção das nossas autoridades de saúde, que andam a ser literalmente enroladas numa tentativa de regulamentação da charlatanice que a legitime perante a sociedade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

From Fish to Infinity

Se é daquelas pessoas para quem a matemática é um universo apenas acessível a umas criaturas estranhas, uma linguagem criptográfica indecifrável, um exercício que, ao ser observado no papel, provoca tonturas e uma vontade irreprimível de fugir, então esta série de artigos é para si. O matemático e colunista Steven Strogatz inaugura hoje no The New York Times uma série de artigos sobre os conceitos essenciais da matemática, começando no jardim-escola e indo por aí fora.
O primeiro exemplo começa com a Rua Sésamo - melhor seria impossível. Tem é de saber inglês. Pode ser que Nuno Crato se lembre de fazer qualquer coisa parecida entre nós, a juntar ao muito que tem feito.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Disparates

No I de ontem, uma "notícia" sobre o dia mais deprimente do ano, a acreditar numa fórmula matemática elaborada por um investigador britânico. A notícia do I resultou da leitura e aproveitamento de uma outra publicada no Daily Telegraph, igualmente de ontem, que é citada no artigo português.

Azar. Ben Goldacre referiu-se a esta "fórmula" há cerca de um ano. Pelos vistos começou por ser um estratagema de uma agência de viagens até que uns inteligentes resolveram disseminar a coisa como verdade científica. E o I enfiou o barrete, requentado de mais de um ano, e publicou-o.

Este tipo de notícias, em que se disseminam disparates sob a capa de uma pretensa análise científica, apenas contribui para a iliteracia da população. Transcrevo o último parágrafo do texto de Ben Goldacre sobre o assunto:

Making stupid stuff up about the most depressing day of the year, on the other hand, doesn’t help anyone, because bullshit presented as fact is simply disempowering.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Teses de mestrado em que os candidatos separam sistematicamente o sujeito do predicado com vírgulas deviam ser chumbadas liminarmente.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Reflexões de um facultativo de bairro

A semana passada foi diabólica. Surgiam de todo o lado - eram sobretudo os vírus avulsos, mais ou menos gripais - pedindo mezinhas, alívios, descansos, consolos. Tal como os crónicos para revisão, qual inspecção do carro, pagamento de impostos, renovação de certificados. Várias renovações de certificados também, sim.

E olho para a agenda desta semana: dezenas de buracos. Um dia, sexta feira próxima, com zero marcações.

Mais vírus, ansiedades, aleijões, sustos, tensões, corações palpitantes, açúcares variáveis, outros certificados e afins hão-de encher isto, que a natureza tem horror ao vazio nas agendas. Não deixa contudo de ser interessante observar estes movimentos de gente. Como as marés, mas com uma respiração própria e, mais das vezes, imprevisível.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010



Passado que foi aquele ligeiro frenesi expectante de que tudo poderia mudar com a mudança do calendário, voltamos à nossa rotina diária.

No meio do temporal, de repente, o sol desponta. Ah, sim: por volta das sete e dez da manhã já não é completamente de noite. Um bom pensamento para começar um mês sem feriados e com as primeiras depressões pós-festivas a surgirem no horizonte próximo.

E ainda agora estamos a começar o ano.