quarta-feira, 30 de abril de 2008

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Estou cada vez mais convencido de que a depressão é uma doença física. Orgânica. Com uma causa física, orgânica. Tudo o resto serão apenas os gatilhos que a disparam. Deve ser por isto que uma psiquiatra amiga diz, com ar de desprezo meio a brincar meio a sério, que sou um organicista.
Prefiro aceitar que sou é ignorante. Sabemos muito, muito pouco.

domingo, 27 de abril de 2008

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Primeiro fim de semana de praia do ano, primeira fatalidade e mais alguns sustos avulsos. Como de costume clama-se por aumento da vigilância nas praias. Não ouvi uma só cabeça televisiva exigir mais educação cívica para a autoprevenção de acidentes. Somos um país em que a responsabilidade pessoal é substituída por múltiplos paizinhos e mãezinhas. Se calhar não é só cá que é assim, mas cá é. E é pena.

sábado, 26 de abril de 2008



Foto: S., com telemóvel. 25/04/08
O 25 de Abril de 2008 já passou. O país aproveita o calorzinho para uma primeira incursão balnear. Lisboa vista ontem de Almada estava, como de costume, a cidade mais bonita do planeta. As cidades, vistas de longe, são sempre mais bonitas.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Nas trincheiras

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Foto retirada daqui
Termo usado outro dia por um colega de ofício sobre a nossa faina. Hoje faina de dia inteiro, mas com a parte bonita de tarde: grávidas, bebés. Focos a fazer trucatrucatruca em barrigas a crescer. Bebés a esbracejar e os adultos a fugir dos jactos (in)esperados que apontam a batas e camisas. E mais umas coisas do género.
Chega-se ao fim do dia bastante estafado, mas sabe bem.

sábado, 19 de abril de 2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

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Lá fora chove e venta como tudo. Passear o Óscar e o Fenix deixou-nos aos três, e ao patamar, ensopados e a precisar de um lençol para tirar a maior. Neste momento estão os dois enroscados: um no sofá, outro na espreguiçadeira. O alerta amarelo em todo o seu esplendor.

terça-feira, 15 de abril de 2008

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Enforcamos os ladrões menores e elegemos os maiores para os lugares públicos.
Esopo
All is best, though we oft doubt,
What th' unsearchable dispose
Of highest wisdom brings about,
And ever best found in the close.


Milton. Samson Agonistes.

Hoje estou chateado. As minhas desculpas.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Imagem retirada daqui.

Here with a Loaf of Bread beneath the Bough,
A Flask of Wine, a Book of Verse - and Thou
Beside me singing in the Wilderness
And Wilderness is Paradise enow.

Omar Khayyám
Rubáiyát XI
Trad. Edward FitzGerald. 1859

sábado, 12 de abril de 2008

Visitas domiciliárias: mito e realidade

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Sir Samuel Luke Fildes: The Doctor. 1891

Noticiaram os media que os médicos de família voltam a fazer visitas domiciliárias porque vão ser pagos por isso. Alguns aspectos desta notícia disparatada foram já discutidos. Seguem alguns contributos.

Existe no nosso imaginário colectivo uma versão idílica do médico de família de outros tempos, assente na figura de João Semana e nos escritos de Fernando Namora. Sejamos claros: só a partir das Caixas de Previdência no final da década de 60 e, sobretudo, com o Serviço Médico à Periferia (pós 25 de Abril) e com a criação da carreira de Clínica Geral do Serviço Nacional de Saúde (no terreno a partir de 1982) é que passou a haver assistência médica de proximidade para a generalidade da população. Antes do 25 de Abril, aliás, a esmagadora da população nascia, crescia e morria sem nunca pôr a vista em cima de um médico, quanto mais ter visitas domiciliárias, privilégio de gente abastada das cidades e pouco mais.

As visitas domiciliárias constituem uma das ferramentas essenciais da medicina geral e familiar. Em todos os países, contudo, elas decaíram significativamente. Vários motivos contribuíram para esse declínio, nomeadamente (i) o aumento da mobilidade individual, facilitando a deslocação dos doentes, (ii) a necessidade de rentabilização do tempo dos médicos, quer em termos de eficiência quer do ponto de vista económico e (iii) o telefone, que permite a resolução de múltiplos problemas sem necessidade de um contacto face a face. Com a carreira de Clínica Geral três ou quatro gerações de médicos começaram a fazer visitas domiciliárias, inicialmente com entusiasmo, mas com um progressivo sentimento de frustração, resultante do facto de não haver qualquer mecanismo que os incentivasse a realizar essa actividade – na verdade a penalização era (e ainda hoje é) a regra. O médico de família não só não recebe um tostão por ir ver os seus doentes a casa, como todos os custos decorrentes dessa consulta são por sua conta – transportes, acidentes no caminho, etc. O que surpreende não é que se façam poucos domicílios: é que haja ainda tantos médicos de família por esse país fora que, apesar das condições desgraçadas em que tantas vezes trabalham, cerrem os dentes e não deixem sem assistência as pessoas que deles precisam em casa.

Voltarei ao tema para não ser excessivamente longo num só post.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Música de elevador

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Não concordo, F, que a versão que aqui coloquei fosse a decente. Apenas a standard, apesar de magnífica. A do elevador, essa, é gloriosa. Nunca uma revista a rasgar soou tão bem. E não voltarei a olhar para um monta-cargas do mesmo modo.

terça-feira, 8 de abril de 2008

A ópera não é um luxo para alguns

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É desmoralizador ler isto e, depois, apanhar com a descrição do que se passa no Met no Expresso deste Sábado. Eu sei que somos um país pequeno. Nada justifica, contudo, o estado actual das coisas. A ópera, a mais total de todas as artes, não é um luxo: é uma necessidade cultural imperiosa a fazer alastrar como um incêndio de Verão. Senhor Ministro da Cultura, faça o favor de se mexer!

domingo, 6 de abril de 2008

Aristóteles em pó? Não mais que de costume.

É um erro pensar que a política foi outrora a mais nobre das actividades. Pelo menos desde os tempos de Maquiavel e de Richelieu que devíamos ter perdido quaisquer ilusões a este respeito. E mesmo no tempo dos nossos venerados gregos e romanos não terá sido diferente - a faca nas costas é um expediente político bem antigo. O que se passa hoje não é mais que o que sempre aconteceu. Nada de novo, a não ser a tecnologia e a decoração ao serviço da raison d'état (ou da raison de quem melhor se safa).
Devemos, por isso, desistir? Não creio. E apesar de a tentação de reverter para o YouTube como forma de escape ser grande, a luta contra a entropia continua.

sábado, 5 de abril de 2008

Regresso a Lisboa

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Largo da Graça, Lisboa, hoje.
Feira da Ladra, S. Vicente de Fora, Miradouro e Igreja da Graça, Chiado, FNAC do Chiado, Campo de Santana, Xuventude de Galicia, Jardim do Torel. Com a S.

Esta foi uma boa manhã.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pontes

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A nova travessia do Tejo foi anunciada com o primeiro ministro fora do país. Isto é um bom sinal. Quer dizer que construir pontes se vai tornando um lugar-comum.

O que já vai fartando são as inevitáveis entrevistas com os donos dos cafés da área bafejada pela nova construção, dizendo que é bom para o negócio e assim. A previsibilidade dá sono.