terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Disparates

No I de ontem, uma "notícia" sobre o dia mais deprimente do ano, a acreditar numa fórmula matemática elaborada por um investigador britânico. A notícia do I resultou da leitura e aproveitamento de uma outra publicada no Daily Telegraph, igualmente de ontem, que é citada no artigo português.

Azar. Ben Goldacre referiu-se a esta "fórmula" há cerca de um ano. Pelos vistos começou por ser um estratagema de uma agência de viagens até que uns inteligentes resolveram disseminar a coisa como verdade científica. E o I enfiou o barrete, requentado de mais de um ano, e publicou-o.

Este tipo de notícias, em que se disseminam disparates sob a capa de uma pretensa análise científica, apenas contribui para a iliteracia da população. Transcrevo o último parágrafo do texto de Ben Goldacre sobre o assunto:

Making stupid stuff up about the most depressing day of the year, on the other hand, doesn’t help anyone, because bullshit presented as fact is simply disempowering.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Teses de mestrado em que os candidatos separam sistematicamente o sujeito do predicado com vírgulas deviam ser chumbadas liminarmente.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Reflexões de um facultativo de bairro

A semana passada foi diabólica. Surgiam de todo o lado - eram sobretudo os vírus avulsos, mais ou menos gripais - pedindo mezinhas, alívios, descansos, consolos. Tal como os crónicos para revisão, qual inspecção do carro, pagamento de impostos, renovação de certificados. Várias renovações de certificados também, sim.

E olho para a agenda desta semana: dezenas de buracos. Um dia, sexta feira próxima, com zero marcações.

Mais vírus, ansiedades, aleijões, sustos, tensões, corações palpitantes, açúcares variáveis, outros certificados e afins hão-de encher isto, que a natureza tem horror ao vazio nas agendas. Não deixa contudo de ser interessante observar estes movimentos de gente. Como as marés, mas com uma respiração própria e, mais das vezes, imprevisível.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010



Passado que foi aquele ligeiro frenesi expectante de que tudo poderia mudar com a mudança do calendário, voltamos à nossa rotina diária.

No meio do temporal, de repente, o sol desponta. Ah, sim: por volta das sete e dez da manhã já não é completamente de noite. Um bom pensamento para começar um mês sem feriados e com as primeiras depressões pós-festivas a surgirem no horizonte próximo.

E ainda agora estamos a começar o ano.