segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Vinte anos depois do incêndio do Chiado ouço múltiplos opinadores referindo que o Chiado já não é o que era e que se perdeu o seu espírito. Concordo. O Chiado, hoje, está incomparavelmente melhor que há vinte anos. Excluindo as vidas destruídas e o espólio insubstituível da Valentim de Carvalho, pouco mais se terá perdido de relevante. Arderam sobretudo os Grandes Armazéns do Chiado e o Grandela, duas confrangedoras imitações dos grands magasins franceses: pífios e mofentos, em perfeita degradação à época, se não tivessem ardido teriam acabado tipo Martim Moniz ou vendidos a alguém que os arrasasse por dentro.

Hoje circula-se por um Chiado cuja remodelação apenas pecou pelo arrastar de pés. E os que hoje dizem que o Chiado já não é o que era, dizem-no sobretudo porque, sem darem por isso, envelheceram. Foram ultrapassados pelo tempo, num Chiado no qual já não se reconhecem, onde fazem a sua vida as gerações para quem o incêndio é uma nota de rodapé da História.

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